terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Design, Management, Strategy.

A inovação tecnológica surge como importante instrumento para o crescimento das empresas e para a melhoria da competitividade. Para tanto um novo modelo de gestão se tornara necessário. A empresa que incorporara esses preceitos terá que exercitar novas relações de trabalho, pois a capacidade inovadora decorre fundamentalmente do conhecimento.
As empresas de calçados brasileiras, por sua vez, com raras exceções, não desenvolveram, ao longo do processo de industrialização, capacitação inovadora própria, o que as limita atualmente em termos de aquisição, absorção, transferência e capacitação tecnológica. O desafio de superação, portanto, está nas empresas em internalizar a inovação técnica e a capacitação como atividades empresariais permanentes.
Para atender aos novos desafios da competitividade global e da inovação tecnológica é necessário um novo profissional. Para esse novo contexto destaca a necessidade da profissionalização das atividades de gestão tecnológica na empresa e da necessidade de formar e treinar recursos humanos capazes de executar tarefas abrangidas por esse conceito. Um dos problemas que atingem grande parte das empresas atualmente é que algumas falham ao investir em um bom design. Algumas delas confundem design com estilo e pensam que design é a maneira de fabricar um produto, acrescentando-lhe uma embalagem atraente.
No projeto de lei n. 3.515, de 1989, constava que “a profissão de designer é caracterizada pelo desempenho de atividades especializadas de caráter técnico-científico, criativo e artístico, visando à concepção e ao desenvolvimento de projetos e mensagens visuais. Em design, projeto é o meio em que o profissional, equacionando de forma sistêmica dados de natureza ergonômica, tecnológica, econômica, social, cultural e estética, responde concreta e racionalmente às necessidades humanas. Os projetos elaborados por designers são aptos à seriação ou industrialização que estabeleça relação com o ser humano, no aspecto de uso ou de percepção, de modo a atender necessidades materiais e de informação visual”.
Portanto é necessário entender que introduzir a cultura de design numa empresa é muito mais que admitir um designer na mesma, criar um departamento ou contratar um designer externo. Deve-se enfatizar a idéia da multidisciplinaridade; sendo preciso pensar na coordenação de tarefas, no processo e na seqüência das decisões. Gestão do design.

29/12/2007
Jorge Silva
Designer/Consultor

Areias do Tempo

Explorando a idéia da existência como algo transitório em seu último trabalho, Lee Mingwei (artista Chinês) juntou 10 toneladas de areia em Londres na Galeria Albion no lado sul do rio Tâmisa, e recriou Guernica, a obra de Picasso. Essa criação massiva inspirada nos momentos tranqüilos nos Andes permanecerá intacta somente por uma semana. No último dia, os visitantes caminharão sobre a obra que então será varrida cerimoniosamente.
Dito pelo artista “A idéia central de minha obra é sobre a instabilidade. As coisas mudam e seguem adiante; eu quero que as pessoas vejam que há esperança depois da destruição”.
Parafraseando o autor, não só venho acompanhado como sentido os efeitos deste momento que vem passando o sector de calçados, na nossa região. Vejo movimentos de todas as ordens, sejam reuniões sectorias, políticas e até contratação de consultorias, que considero todas válidas. Mais observo e acho, que não entendemos o que esta acontecendo, Voltando no tempo encontramos um sector, se não todo, mais na sua maioria montado e baseado em um processo de prestação de mão de obra e tecnológica para exportação de calçados para o USA. Sendo que todo o processo de criação e comercialização era imposto pelo cliente contratante, e nos restando por competência à confecção dos produtos.
Ai que na minha modesta opinião esta o nosso “problema”, que um dia foi solução, hoje é o problema. Conhecendo nossas indústrias, sabemos que existem empresas que estão aumentando suas vendas e estão muito bem. Estas empresas mudaram seu perfil e investiram em mercados e centros de desenvolvimentos, usando novas metodologias para criação de novos produtos, que associam um conhecimento profundo ao mercado em que, se quer atender “perfil de consumidor e suas características” junto com um trabalho em Feiras Internacionais com marca própria ou join ventures.
Por tanto o que me preocupa é o que leio e tenho ouvido. Nada adianta se tivermos um dólar compensador se não tivermos mercado, pois para quem ainda não sabe mais ou menos 75% do mercado de calçados para USA esta sendo produzido pelos Chineses com migração para paises como Índia e outros. Onde muitos desses pares eram produzidos por nós e não voltam mais, e se novamente olharmos para o passado e lembrarmos como ficaram as indústrias de calçados na Espanha e Itália, quando estas produções foram transferidas para o sector Brasileiro e outros. E quais foram às saídas que eles acharam como solução?
Investimento em Gestão do Design e Mercados, com profundas mudanças na metodologia de desenvolvimento e uma aproximação maior das Instituições que geram conhecimento como a Feevale onde tem o primeiro Centro Design de Calçados da América Latina e que é ignorado pela maioria das empresas. Talvez venhamos saber que após todo o trabalho, os mercados que nos restam, estejam havidos as mudanças de uma sociedade contemporânea e que tem informação e comportamentos distintos e mais as suas questões culturais e ambientais, portanto com necessidade de ser estuda para podermos estar em sintonia com as suas demandas seja da ordem estética, forma e função.
Quero dizer também que já passou o tempo de estarmos pagando verdadeiras fortunas por projetos que apenas contemplam apresentação de pesquisas de ”tendências”. E que na verdade o que nos falta e transformar estas informações em novos produtos, abrindo espaço dentro das empresas para criação e inovação, e isto passa pela valorização dos profissionais com formação e talento para este novo momento. Unindo P&D “pesquisa e desenvolvimento com inovação voltada para os nichos previamente definidos” talvez tenhamos alguma oportunidade.
E para nós, resta, entender que vivemos em um mundo onde os mercados estão em evolução permanente e não podemos ficar aqui no Vale, esperando as coisas acontecerem ou que o mercado venha até nós.
Para finalizar pegando o gancho sobre o trabalho de Lee Mingwei, onde o conceito tem diversas palavras que podemos trabalhar e analisar “transitório, instabilidade, destruição e esperança”.

20/10/2007
Jorge Silva
Designer/Consultor

A Maior Revolução da Rede já não é Tecnológica, mas de Comportamento...

...O contraste entre a psicologia individual e a psicologia social ou de grupo... perde grande parte de sua nitidez quando examinado mais de perto.
É verdade que a psicologia individual relaciona-se com o homem tomado individualmente e explora os caminhos pelos quais ele busca encontrar satisfação para seus impulsos instituais; contudo, apenas raramente e sob certas condições excepcionais, a psicologia individual se acha em posição de desprezar as relações desse indivíduo com os outros.
As relações de um indivíduo com os pais, com os irmãos e irmãs, com o objeto de seu amor e com..., na realidade, todas as relações que até o presente constituíram o principal tema da pesquisa psicanalítica, podem reivindicar serem consideradas como fenômenos sociais... (
Psicologia das Massas e a Análise do eu, Sigmund Freud)
Pois falado de fenômenos sociais, você já se imaginou dentro de um matrix? Isso mesmo, um mundo virtual onde você pode ter uma segunda vida, ser outra pessoa fisicamente, fazer compras, conhecer pessoas, lugares, paquerar, e tudo (ou quase tudo) que você faz na vida real. Com o
Second Life isto é possível! Pra você ter idéia dá pra fazer quase tudo mesmo, inclusive saltar de pára-quedas e andar de Jet ski. Claro, é bom que você seja rico no jogo para isso, afinal neste mundo virtual também há uma moeda virtual e uma economia própria, como no mundo real.
A
agência de notícias Reuters criou um centro virtual de notícias para o Second Life, com direito a avatares (em informática, avatar é a representação gráfica de um utilizador em realidade virtual) de jornalistas reais. O mundo virtual é levado tão à sério que já recebeu representações tridimensionais de marcas listadas na Fortune 500, como Coca-Cola e Wells Fargo & Co. já que arquitetos, autores e músicos recriam ambientes reais em pleno mundo virtual. A varejista Americana American Apparel criou uma linha de roupas para que os avatares do Second Life representem seus personagens no mundo online. Músicos como Duran Duran e Suzanne Vega fizeram concertos virtuais no Second Life.... (agências internacionais)
Mais vamos enfrente já esta em teste, outro projeto de nome Everyscape (
http://www.everyscape.com/), onde esta sendo testada uma interação virtual, que talvez, seja o futuro da internet. Que nada mais é que a possibilidade do internauta virtualmente interagir, ou seja, passear pela cidade, visitar museus, assistir um show ir a teatro fazer compras virtualmente em qualquer parte do mundo onde esteja disponível a ferramenta. Não é preciso fazer um esforço grande para imaginar que nos próximos anos, as coisas em todo mundo estarão mais complicadas do que já estão, pegar um avião vai estar mais difícil andar de automóvel também etc.
Mais e ai? Pois é, sabe no que estou pensando? Estou aqui como profissional e atento aos mercados, imaginando a possibilidade de produtos para este novo mundo, como e que ferramenta, utilizaremos para diagnosticar as necessidades deste público alvo. E através desta desenvolver novos produtos que atendam a este publico específico. Como se sabe para um bom briefing nada melhor que uma boa análise comportamental, desassociando o indivíduo do macro para micro grupo que faz parte. E ai que esta o problema, como o mundo que estamos falando é virtual e nova vida escolhida também, como chegaremos ao indivíduo real.
Note como e cada vez mais, precisamos estar em acordo com as novas convenções quase diárias, de um mundo moderno cada vez mais ágil e sedento de novidades. É impensável hoje para uma empresa que esta no mercado, esperar para fazer um novo desenvolvimento baseado em produtos prontos que já estão com o “concorrente” e quando os mesmos já estiverem à disposição para uso publico consumidor. Precisamos sim de empresas que comecem a acreditar, que sem a pesquisa de novos mercados e com ferramentas adequadas para identificação de novos nichos mercadológicos, baseado no comportamento do consumidor, não vão conseguir chagar lá. Daí vem à necessidade da empresa criar ou abrir as portas para a nova visão empresarial, e que só tecnologia industrial na é o suficiente, necessitamos gerar a informação, para daí construirmos e geramos novos produtos com tecnologia de produção e com o valor que o mercado realmente procura e necessita. Pois para quem ainda não sabe a revolução industrial acontece no século passado XX.
Com certeza
Sigmund Freud estaria de cabelos em pé, se os tivesse. Baseado é lógico na minha interpretação da sua teoria.

20 /09/ 2007
Jorge Silva